Ana Moura

Fado Menor

Os teus olhos são dois círios
Dando luz triste ao meu rosto
Marcado pelos martírios
Da saudade e do desgosto.

Quando oiço bater trindades
E a tarde já vai no fim
Eu peço às tuas saudades
Um padre nosso por mim.

Mas não sabes fazer preces
Não tens saudades nem pranto
Por que é que tu me aborreces
Por que é que eu te quero tanto?

És para meu desespero
Como as nuvens que andam altas
Todos os dias te espero
Todos os dias me faltas.