Bizarra Locomotiva

Na Febre de Ícaro

Acolho o misantropo pregador
De irresistível e granítica dureza
Nos quotidianos submersos
ra mendigados à cegueira
Convulsa das naturezas mortas
Conheço a solidão
Do permanecer acordado
Consumo o último pacote de rostos negros
E invejo os exemplos
Que faltam neste local

Na febre de ícaro
Morto, sonho mais alto
Na febre de ícaro
Escuto os silêncios

Na febre de ícaro
Morto, sonho mais alto
Na febre de ícaro
Escuto os silêncios

Na febre de ícaro
Na febre de ícaro
Na febre de ícaro
Na febre de ícaro

Descia alegre e barulhento
Ofertavam-me sorrisos
Mas eu queria saber um pouco da morte...
Era o momento
De imaginar as asas que trago
Morrendo sonho mais alto
De olhos abertos
E ventrículo serrado
Escuto o silêncio de quem consente

Na febre de ícaro
Morto, sonho mais alto
Na febre de ícaro
Escuto os silêncios

Na febre de ícaro
Morto, sonho mais alto
Na febre de ícaro
Escuto os silêncios

Na febre de ícaro
Na febre de ícaro
Na febre de ícaro
Na febre de ícaro